Com o barulho ensurdecedor de dezenas de apitos e os gritos de “queremos os nossos direitos”, o efetivo completo de 126 vigilantes da empresa Vigher de segurança privada, mais alguns vigilantes que saíram de lá e ainda não teriam recebido o valor referente ao termo de rescisão, protestaram durante a manhã de ontem na frente da firma, situada na Vila Ivonete. Os motivos apontados pelos vigilantes para a revolta são: dois meses de salários atrasados, 25 vigilantes com cursos de capacitação vencidos e o não pagamento do 13º salário e de benefícios como o ticket alimentação e férias.
A manifestação marcou o 25º dia de greve dos vigilantes da Vigher, deflagrada desde 12 de dezembro. Por conta do ato protestante, um representante da empresa chegou até a se dirigir ao 1º Distrito Policial (Cadeia Velha) para fazer um Boletim de Ocorrência e entrar com representação/processo penal contra os trabalhadores, alegando que estavam fazendo arruaça, causando constrangimentos e impedindo os funcionários da empresa de realizar os seus serviços. Contudo, na delegacia ele desistiu da ação.
De acordo com Arnaldo Matos, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Acre (Sindeesytac), a ação da categoria foi inteiramente aceitável em face ao descaso da Vigher e proporcional ao descumprimento dos acordos trabalhistas que a empresa vem tendo com freqüência para com os seus vigilantes. Assim, a greve dos seguranças da firma continuará por tempo indeterminado e novas manifestações serão novamente feitas na frente da firma a partir da segunda-feira (11) da próxima semana.
“Fizemos a greve e esperamos pacientemente. Mesmo assim eles não quiseram nos atender. Por isso, fomos protestar na frente da empresa, solicitamos entrar lá, ligar para a diretoria da Vigher e pedir uma resposta pelo atraso salarial, mas eles entenderam logo que queríamos prejudicar o trabalho deles. Daí, o representante da firma foi até a delegacia e lá pediu para que nós acabássemos o protesto. Nada mais. Até porque eles sabem que os direitos que estão sendo feridos são os nossos e não o deles. Tanto é que assinaram um termo de desistência da ação e resolvemos a questão”, contou.
Para cobrar as reivindicações da greve junto à Vigher, os vigilantes já pediram, recentemente, até a intervenção da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) contra a empresa.
O representante da Vigher não quis se pronunciar a respeito do ocorrido de ontem ou mesmo sobre as reclamações dos vigilantes.