O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, afirmou que a greve dos funcionários da empresa iniciada nesta quarta-feira impediu a entrega de 5,3 milhões de encomendas. No segundo dia, teriam sido mais 5 milhões de correspondências que não chegaram a seu destino. Ele lamentou o movimento grevista e deixou claro que só irá negociar se os funcionários voltarem ao trabalho.
De acordo com a ECT, a paralisação atinge, em média, 32% do efetivo total da empresa dos 110 mil empregados, chegando a 40% em alguns setores.
Diariamente, os Correios entregam cerca de 35 milhões objetos.
Pinheiro afirmou que a oferta dos Correios representa um aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados. O presidente da estatal disse ainda que os Correios assinaram 2 acordos de PLR relativos a 2010 e 2011. Em recente concurso público, a ECT selecionou quase 10 mil trabalhadores. Segundo a empresa, mais de 2.000 já foram contratados e o restante estará trabalhando até novembro.
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de R$ 400 a partir de janeiro para todos, independentemente do salário, reposição da inflação calculada em 7,16% e mais 24,76% referentes a perdas acumuladas desde 1994.
Com a paralisação de hoje, os Correios suspenderam os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta, por se tratar de serviços com horário marcado.
“A empresa já colocou em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à população”, informou, por meio de nota. (Folha.com)
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Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado
Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entraram hoje (14) em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica aumento salarial de R$ 400, reajuste do vale-refeição e do vale-alimentação, piso salarial de R$ 1.635 e reposição da inflação de 7,16%.
Segundo o representante do comando de greve e de negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Gonçalves de Almeida, a empresa apresentou uma proposta segunda-feira (12) à noite, mas não teve sucesso. “Foi oferecido reajuste salarial de 6,87%, abono de R$ 800 e R$ 25 de vale-alimentação, que seriam pagos somente em janeiro. A categoria, porém, rejeitou, dando início à greve”, disse Almeida.
Para o carteiro Luiz Simão, que trabalha no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) de Ceilândia – cidade satélite do Distrito Federal -, a greve é uma forma de o trabalhador se manifestar e lutar por seus direitos. “Com a greve, podemos reivindicar nossos direitos e, unidos, sairemos vitoriosos. Queremos melhorias no salário e, nessa época, a mudança de horário, já que a Defesa Civil proibe a exposição ao sol nesse período de seca”, explicou.
Em nota, a ECT informou que está trabalhando para normalizar a situação o mais rápido possível, por meio de uma série de medidas que garantam o atendimento à população. Agora à tarde, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, concederá entrevista sobre a paralisação dos trabalhadores. (Agência Brasil)