O Natal está chegando e milhares de crianças nos abrigos ou nas ruas, vão passar a data sozinhas, como tantas outras ocasiões importantes em que também não tiveram um pai ou uma mãe, uma família para dividir a vida. É para dar um rumo diferente e feliz para os que esperam pela oportunidade da adoção interessados no tema estarão reunidos até o próximo dia 21 no Teatro Plácido de Castro no VII Encontro Norte/Nordeste de Apoio à Adoção (Enoapa) e I Encontro Trifronteiriço de Adoção Brasil/Peru/Bolívia.
O encontro reúne famí-lias adotivas e pretendentes à adoção, conselheiros tutelares, profissionais dos sistemas de justiça, saúde e educação, assistência social e integrantes do Ministério Público, gestores e pessoas da comunidade que se interessam pelo tema. O evento é realizado pelo Grupo de Estudos de Apoio à Adoção do Acre (GEAAC) em parceria com o Ministério Público Estadual.
Mais de 4,7 mil famílias estão disponíveis para adoção no Brasil e 27 mil interessados integram a fila de adoção. A questão é que a maioria não quer crianças com mais de cinco anos ou negras ou não se dispõe a adotar irmãos (a legislação brasileira preconiza que irmãos sejam adotados pela mesma família). Menos de 3% do total querem adotar crianças a partir dos 8 anos de idade.
Este ano o encontro também reúne participantes do Peru e do Brasil. “É uma forma de conhecermos quais os processos que eles adotam e apresentarmos os nossos processos de adoção. É importante esta integração já que somos vizinhos e o conhecimento pode ajudar inclusive na solução de questões comuns”, disse a coordenadora do encontro, procuradora Kátia Rejane.
A primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, representou o governador Tião Viana na abertura do encontro. Ela falou sobre a tristeza de não ter com quem compartilhar momentos especiais e pediu que todos se empenhem na elaboração de políticas públicas eficazes sobre adoção. “Uma das maiores dores é a do abandono, de não ter com quem contar, de não ter com quem falar sobre o dia, não ter mãe na festinha da escola. A modernidade foi chegando e fomos nos afastando ainda mais de certas coisas. Mas a modernidade não quer dizer que tenhamos que abrir mão dos valores. Precisamos pensar em meios de fazer nossas crianças mais felizes”, disse.
A procuradora geral do MPE, Patrícia Rêgo, lembrou que a adoção é um tema que precisa estar na agenda de todas as instituições, gestores públicos e da sociedade. (Agência Acre)