Mais de 2,5 mil haitianos chegaram em Porto Velho nos últimos dois anos, segundo dados da Secretaria Estadual de Assistência Social de Rondônia (Seas/RO). Deste total, mais de 800 seguiram para outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul, em busca de oportunidades de trabalho. Dos mais de 1,7 mil que ficaram em Porto Velho, apenas 20% estão desempregados.
Parte dos haitianos que conseguiu emprego em Rondônia constituiu família e, hoje, existem cerca de 40 brasileiros descendentes de haitianos, somente em Porto Velho.
“Nosso trabalho é auxiliar esses imigrantes até eles estarem empregados, depois nós monitoramos como está a qualidade de vida deles e se estão se adaptando ao Brasil”, declarou o titular da Seas, Márcio Félix Ribeiro.
A coordenadora de ações dos imigrantes haitianos em Rondônia, Elenilda Torres, explicou que quando eles chegam em Porto Velho, vindos do Acre, são cadastrados para verificação de documentos pessoais, validade do visto e caderneta de vacinação. Durante o período que o haitiano está sobre os cuidados do Estado recebem três refeições por dia.
Para que os haitianos tenham mais chances no mercado de trabalho, a secretaria fez uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para oferecer cursos de pedreiro de alvenaria, armador e padeiro. Outro acordo, desta vez com a Universidade Federal de Rondônia (Unir), garantiu aulas de língua portuguesa. Até agora, 124 haitianos frequentam as aulas regularmente.
Origem – Os imigrantes começaram a chegar em Rondônia em março de 2011. O Haiti estava devastado por um terremoto que atingiu principalmente a capital, Porto Príncipe, em janeiro de 2010. A rota deles para o Brasil tem a primeira parada no Equador, onde chegam de avião e seguem de ônibus até a Bolívia. Depois vão em direção à cidade de Epitaciolândia (a 154 quilômetros de distância de Rio Branco). No Acre, os imigrantes solicitam visto brasileiro e entram no país.
“A maioria dos haitianos procura Rondônia porque a oferta de emprego é bem maior que no Acre”, afirmou Ribeiro. Na capital, a maioria é contratada como operário construção civil.