A rigor, não era necessário que ocorresse essa crise ou tragédia que o Acre está atravessando com a cheia do Rio Madeira para decretar o fechamento do abrigo dos haitianos em Brasiléia e, por conseguinte, o fim dessa imigração que vem acontecendo já há anos pela fronteira.
Como o próprio secretário de Direitos Humanos, Nílson Mourão, reconheceu, o Acre e, em particular, Brasiléia, fez a sua parte na ação humanitária de acolher e encaminhar esses migrantes para outros estados, mas a situação chegou ao limite, agravada com o problema de isolamento por via terrestre que o Estado está vivendo com a interdição da BR-364.
Ao mesmo tempo, o secretário informou que os imigrantes estão sendo trazidos para Rio Branco de onde serão transportados para outros estados, numa ação conjunta com o Governo Federal e aí é que se interpõem alguns questionamentos.
O que se tem observado até agora é que o Governo Federal, só depois de muita insistência do Governo estadual e da mídia, deu sua quota de colaboração, mas muito aquém da gravidade do problema. Assim como outras instituições humanitárias sempre muito exigentes na denúncia e cobrança e omissas na ação, na prática.
O risco que se corre, portanto, com essa solução, é o de apenas transferir o problema da fronteira para a Capital do Estado.