A Polícia Civil do Acre contará, a partir de agora, com um Núcleo Especializado de Apoio a Investigações de Crimes Cibernéticos (Neciber), que dará suporte às investigações de crimes cometidos no ambiente virtual. A portaria que regulamenta o núcleo foi publicada na edição desta quinta-feira, 9, do Diário Oficial do Estado (DOE).
Conforme a publicação, o Núcleo irá funcionar no Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipc) e prestará apoio às delegacias de polícia, regionais ou especializadas, nas investigações relacionadas aos chamados crimes cibernéticos, orientando, por exemplo, a realização de pesquisas avançadas em redes sociais, expedição de orientações acerca de diligências básicas e informações que necessitem constar das ocorrências policiais envolvendo crimes desta natureza.
De forma prática, os delegados de polícia que necessitarem do apoio do Neciber deverão solicitar ao diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil que irá analisar a solicitação confirmando ou não o apoio necessário, conforme os requisitos já estabelecidos na portaria.
Além do trabalho de investigação, o Neciber também poderá promover palestras e capacitações, em conjunto com a Academia de Polícia Civil do Estado do Acre (Acadepol), voltadas a investigações de crimes cibernéticos; desenvolver técnicas e táticas para o aperfeiçoamento do processo de investigação das diversas modalidades criminosas e condutas no ambiente virtual, entre outras ações.
De acordo com o Delegado-Geral de Policia Civil do Acre, Josemar Moreira Portes, a criação do Núcleo demonstra avanço no combate a crimes dessa natureza.
“O crime evolui e a Policia Judiciária está atenta a essa evolução e a criação desse núcleo se faz necessária para combater o crime de maneira célere e eficaz com equipe capacitada para identificar e responsabilizar os autores”, destacou Josemar Portes.
“É um bom começo”, diz delegado
Até o momento, o Acre não possui uma Delegacia Especializada em Crimes Virtuais, motivo pelo qual a criação do Núcleo Especializado de Apoio a Investigações de Crimes Cibernéticos (Neciber) é importante para a sociedade acreana, considerando o aumento de crimes próprios ou cometidos no ambiente virtual. Sobretudo, para o delegado de Polícia Civil Roberth Alencar, trata-se de uma medida paliativa.
“É um bom começo, mas não é o que a sociedade precisa, que é de uma unidade policial exclusiva para atender todas essas demandas pra fazer um trabalho técnico, até porque os crimes cibernéticos hoje possuem várias espécies, desde os crimes contra a honra, crimes contra o patrimônio, contra a dignidade sexual, todos praticados no ambiente virtual, por isso, a importância de se ter uma unidade específica e dentro desta unidade, ter vários núcleos especializados”, opina Alencar.
O delegado destaca também que o Departamento de Inteligência da Polícia Civil, cujo núcleo ficará subordinado, já possui inúmeras atribuições, além agora, da coordenação deste núcleo especializado. “O Departamento [de Inteligência] já tem muitas atribuições e com a mesma equipe vai fazer mais um trabalho, então, com certeza não vai ter um trabalho de excelência. É louvável a atitude do Estado, da Polícia Civil, de criar um núcleo, até porque é obrigado por lei, mas é uma medida paliativa já que neste momento, o Estado não se organizou por meio da Polícia Civil para fazer um trabalho realmente positivo”, finaliza Roberth Alencar.
Entenda: Polícia acreana é uma das poucas do país que não possui delegacia especializada em crimes virtuais