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Cláudio Porfiro

Cláudio Porfiro

Cláudio Motta-Porfiro é romancista, cronista, poeta e palestrante. Membro da Academia Acreana de Letras. Email: [email protected]

O semeador de sonhos e realidades

Cláudio PorfiroporCláudio Porfiro
23/02/2023
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Um homem de certa idade fazia, diariamente, percurso pelos amplos salões e vastos corredores da mansão de mil janelas. Sobre os ombros já curvados pela inclemência do tempo, ele carregava montanhas de problemas de toda ordem. Preocupava-se com tudo e com todos deveras. Buscava e quase não encontrava soluções. Estava extenuado pelos dias vividos e pela azáfama diária que era ter sobre si questões tão drásticas e todas quase insolúveis. Faltava-lhe, já, o ar, em vista do hábito do tabagismo que lhe dilacerava os pulmões. Estava trôpego e arfante. A barba crescera até o peito. Os dentes estavam meio enferrujados ou amarelecidos pela fuligem do cigarro. Os olhos semicerrados viam pouco, apesar dos óculos de fundo de garrafa.
Um dia, alguém disse a ele que, se fosse da sua natureza arranjar problemas emprestados, bem melhor seria que não os emprestasse a mais ninguém. Bom seria que ele se concentrasse nas suas demandas vitais, como uma atividade física. Mas, ao contrário, foi assim que ele foi vivendo pela vida afora. Chamou tudo para a sua responsabilidade. Pior é que a superior maioria das poucas questões resolvidas não eram exatamente as suas. Coitado.
Sísifo é um herói da mitologia grega que foi condenado pelos deuses por ter se rebelado contra eles e revelado seus segredos para os homens. E a sua condenação foi aquela que mais sofrimento pode trazer a um homem que pensa: a realização de um trabalho sem sentido.
Assim era ele. Tentou viver uma vida útil para si e para os demais, mas bem pouco ou quase nada conseguiu.
Um dia, enfim, para o júbilo da própria alma também cansada, ele tropeçou no último degrau do sacrifício, bateu com a cara no destino e deu, ali mesmo, o último suspiro.
Pouca vela, parca reza, nenhuma flor. O adeus de alguns poucos parentes foi rápido. Interessava-lhes tão somente a herança polpuda. O barnabé de alta estirpe, apesar de um tanto macambúzio, acumulara bens móveis e imóveis de grande valor. Tornara-se rico pelo hábito da avareza.
* * *
Passaram-se, então, alguns vagarosos anos. Verões empoeirados, invernos rigorosos, primaveras sem flor, outonos de poucos frutos. Safras razoáveis, boas vindimas, algum resultado. Uma dúzia de voltas do mundo ao redor do sol.
Agora, outro homem, este de meia idade, astuto, metade realista, meio parnasiano, mas um tanto romântico, vislumbrando o bem coletivo, arquitetava planos que poderiam cair de bom grado nos anseios, principalmente, de uma maioria dentre os mais humildes ao redor. Foram meses de trabalho e, enfim, muitos dos sonhos dos partícipes da empreitada se tornaram realidade, tudo em nome do Santo Deus!
Não construiu nenhum inimigo. O trato atencioso para com todos e a vontade de ajudar nas buscas da prosperidade é que geraram uma popularidade invejada por alguns poucos espíritos de porco.
A este último idealista de boa letra, houveram por bem dizer que sorrir é sempre um santo remédio. Ele passou a adotar tal critério pela vida afora. Pregava – e prega! – que um sorriso logo manhãzinha dado ou recebido muitas vezes pode significar um dia de trabalho altamente produtivo, principalmente, se a ação vier de uma bela moça que chega à casa dos sábios mais ou menos sempre no mesmo horário. Dizem à língua solta que as covinhas das bochechas dela contêm, cada uma, um grama de mel dos mais puros. Metáforas à parte, cabe muita poesia e a verdade transcende o mito da mulher bonita e gentil.
Quando jovem, no início da vida ativa em termos profissionais, teve o poeta professores de invejável quilate, cada um ao seu tempo.
Um nordestino simples transmitiu-lhe humildade suficiente de forma a caber numa alma sem maiores orgulhos.
O outro, um homem nascido às margens do rio Tarauacá, disse-lhe que é sempre conveniente escrever com elegância, posto que a pessoa a quem a mensagem é dirigida, na maioria dos casos, já sente a alma massageada.
De ambos ele aprendeu algo muito significativo. Eles diziam que é sempre conveniente fazer o bem sem olhar a quem. E, para ilustrar, ainda citavam exemplos como o do cidadão que atende mal no seu posto de trabalho, xinga a mãe do solicitante, maldiz até a quinta geração de quem veio lhe arranjar problema, mas reclama horrores se não for bem tratado, mimoseado, quando necessita de um serviço em outra repartição pública. É do tipo quanto mais você faz, mais ele pensa que merece. Ora, a recíproca será sempre verdadeira. Se eu trato bem, devo ter também o mesmo tratamento. É óbvio.
Há dias em que o barnabé de meia idade diz por onde vai que aquele que precisa de ajuda deve lembrar que, amanhã ou depois, estará também ajudando qualquer outra pessoa que precise dos seus préstimos. Uma mão lava a outra. (E as duas lavam a cara.)
Mesmo que a solicitação não seja da sua alçada, ainda assim ele se vê, hoje mais que ontem, na obrigação de ajudar. Nada custa indicar, com certeza, a unidade onde o cidadão deverá ter o seu problema resolvido. É conveniente e cortês levar o aposentado e abrir-lhe as portas que um dia ele abriu para tantos.
Numa das suas preleções, dia desses, ele foi contundente ao tratar o marketing pessoal. Segundo ele, a primeira impressão é a que fica. E isto lembra muito um velho professor que, enquanto responsável por certa unidade dentro da organização, na chegada do cliente-aluno, ele já abria um sorriso, oferecia assento e cafezinho, perguntava pelos familiares, pelo andamento do curso e, em suma, era amável de verdade e deixou os mais belos exemplos entre alguns mais novos que primam por tratar bem aqueles que deles necessitam. “Se eu me apresento como um arrogante, no mínimo, estou querendo que o cidadão se evada dali o mais rápido possível”, segundo o homem de Tarauacá.
Certamente, este indivíduo não está suficientemente preparado para a resolução do problema. “O gestor ergue uma muralha entre ele e o solicitante e isto faz com que todos creiam na sua incapacidade e na sua prepotência” É o que diz o semeador de sonhos e realidades.
Se quer prejudicar as relações com as demais pessoas, atenda-as mal nas suas demandas e necessidades.
Como aquele moço de aspecto antes cordato. Mal foi deflagrada a greve e ele se tornou um semi-deus dono da verdade e acima do bem e do mal. Daí, se indispôs com metade dos seus pares, brigou mesmo e arranjou dúzia e meia de inimigos.
Fácil concluir que quem planta vento colhe tempestade, conforme dizia o nordestino hoje morto. O indivíduo que não sabe viver morre, ou vai para o ostracismo dos que não veem que a convivência entre todos, na organização, deve ser o mais pacífica possível, uma vez que hão de viver sob o mesmo teto um terço dos seus dias durante trinta e cinco anos ou mais de serviço.
“Ora bolas! Tomei-me logo por afilhado de uns, sobrinho de outros, compadre de outros e jamais arranjei inimizades, a não ser pequenas querelas logo contornadas”. São estas algumas das ponderações equilibradas do vendedor de sonhos.
Deixando de lado a vida deste último virtuoso, eu, cá de minha parte, cheguei a uma conclusão segundo a qual, na vida, não existem exatamente os recursos, as saídas. Há, sim, forças em marcha que precisam ser sempre recriadas. Daí, então, a elas se seguem as soluções e a melhoria de vida de cada um que significa o desenvolvimento geral da comunidade.
Sejamos felizes, então!
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