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A presença italiana na língua portuguesa

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
24/03/2010
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Uma língua viva, falada, recebe, naturalmente, influências de outras culturas. E, em artigos anteriores, falou-se da herança de outros povos na formação da língua portuguesa. Comentaram-se as influências: francesa, inglesa, espanhola, árabe, tupi, africana, grega. O texto de hoje contribui na compreensão da herança italiana na língua portuguesa.

É fato que o léxico de uma língua é formado por palavras vindas de vários lugares, e que isso depende do contato que os povos tiveram entre si. No português, temos palavras germânicas, árabes, francesas, italianas, japonesas, chinesas, só para ilustrar alguns legados, e nós as aprendemos quando precisamos usar. Por isso qualquer pessoa que entra num shopping center assimila o que é 50% off’ (desconto de 50%) e isso não impede a comunicação.

O Brasil, em final do século XIX, recebeu levas de imigrantes de todos os cantos do planeta, mas nenhum influenciou tanto a cidade de São Paulo quanto os italianos. Eles vieram para a lavoura do café a partir de 1877 e faziam a rota contrária: do interior para a capital de São Paulo. Tanto foi assim que já no começo do século XX constituíam praticamente a metade da população da cidade. E, assim, da mistura da língua italiana com o português criaram aquilo que se chamou de “língua brasileira”.

As influências estão presentes em toda parte, na culinária, na passiona-lidade, no vestir, na educação, nas expressões, na música, na ciência e nas artes. Das correntes de imigração, os italianos só perderam, no final do século XIX, para os portugueses… os nossos descobridores.

O brasileiro é conhecido por gostar do tradicional arroz e feijão e, também, por apreciar um prato de massa. Assim é que muitas palavras da culinária italiana ingressaram no português de forma definitiva. Dentre elas enumeramos: Lasanha: lazanha/lasanha; Nhoque: enhoque/ nhioque; Espaguete: spaguetti/espaguete/ spaghet; Muçarela: mussarela/musarela/muzzarella; Pizza: piza; Taglierini: talharim/ Ravioli: ravióli; Panetone: panetone.

Algumas dessas palavras são grafadas de forma diferente de um canto ao outro do Brasil, ora com /s/ ora com /z/. Esse comportamento também é notado nos dicionários que registram essas formas aportugue-sadas. Lasanha, por exemplo, em italiano se escreve com “s” e “gn”, ou seja, “lasagna”, e em português com “s” e “nh”, “lasanha”. Depois, vê-se “nhoque”. Em italiano, é “gnocchi”, mas, em português, escreve-se com “nh” no começo e “que” no final (“nhoque”). Vê-se também “espaguete”, que em italiano se escreve “spaghetti” e vem de “spago”, que quer dizer barbante. Há, ainda, a palavra mozarela/muçarela/mozzarella.

Segundo Pacheco Júnior, autor de “Gramática Histórica da Língua Portuguesa”, cerca de 300 palavras ita-lianas foram incorporadas ao português falado no Brasil. São exemplos: cantina, caricatura, fiasco, bravata, poltrona, alegro, aquarela, bandolin, camarin, concerto, maestro, piano, serenata, alarme, boletim, carnaval, confete, macarrão, mortadela, salsicha, além, é claro, do “ciao”, transformado em “tchau”.
No Brasil, a imigração italiana foi tão forte que, segundo os dados oficiais, pode-se afirmar que de 1870, até hoje, a influência italiana no Brasil chegou a ultrapassar a influência portuguesa, tendo sido registrada a entrada de mais pessoas de nacionalidade italiana (34% do total) que de nacionalidade portuguesa (28%), enquanto que todas as outras nacionalidades juntas (espanhóis, japoneses, alemães, sírios/turcos etc) somam os 38% restantes.

Foi assim que nas comemorações dos 500 anos do Brasil o IBGE apresentou dados oficiais sobre a imigração no país, segundo os quais cerca de 1,5 milhões de italianos escolheram o Brasil como segunda pátria. A maior parte entrou nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. Esses imigrantes aqui constituíram parte significativa da família brasileira e, por isso mesmo, cada brasileiro carrega consigo, no vocabulário, traços culturais do italiano.

 DICAS DE GRAMÁTICA
ESTA  E ESTÁ, QUANDO USAR UMA OU OUTRA FORMA, PROFESSORA?
– Professora Toinha, esta caneta que está aqui é sua?
Esta – pronome demonstrativo, pois indica o lugar ou a posição dos seres e objetos em relação à pessoa que fala. 
Está – verbo estar – indica um estado ou qualidade.
Ex.:
a.  Esta conversa já está ficando aborrecida.
b. Esta criança já está na escola.
c. Está incomodando esta música?
d. Está disposto a ganhar esta partida?
e. Esta janela está aberta.

HOUVE E OUVE, COMO USÁ-LOS?
Ouve: verbo ouvir, escutar. 
Houve: verbo haver, no sentido de acontecer, existir, sair-se bem ou mal.
Ex.: 
a. Fale mais alto. Ele não ouve muito bem.
b. Em 1865 houve uma guerra entre o Brasil e o Paraguai.
c. Fale mais perto e baixinho, senão ela ouve o segredo.
d. Não fique nervoso. Não houve nada de grave.
e. Houve muita confusão no jogo de domingo.
f. Ela só ouve música clássica.

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestra em Letras pela Universidade Federal Fluminense; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras.

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